Cagar não deveria ser tão complicado!

Ou na língua original que foi dito: “pooping shouldn’t be this complicated.” Este post não é de interesse para a maioria massante, mas é para mim, para olhar aqui em um futuro (espero que não muito distante) e rir a respeito, ao invés de chorar, que é o que rola agora.

Pandinha está com constipação idiopática, ou seja, não sabemos o motivo de ele não conseguir fazer cocô. Beleza, um monte de crianças sofrem disso também. Eu sei. Deve passar. Então por que as lágrimas? Porquê está phoda, muito phoda. Perdoem meu francês. 

Estamos neste estress há quase um ano. O problema maior: Pandinha está perdendo peso. Muito. De 95 percentil de peso, ele caiu para 30 percentil. Para vocês terem uma ideia do que isso significa, com 2 anos e 10 meses ele está de volta ao peso de quando ele tinha uns 20 meses ou menos, não me lembro exatamente agora. As calças dele estão caindo, pois ele continua esticando. Criança nesta idade, em condições normais, não é pra perder peso, então estamos com milhōes de sinais vermelhos por aqui. 

Estamos exaustos, principalmente emocionalmente. Os detalhes desta infeliz constipação: o cocô é mole, o problema é que meu filho não quer cagar. Ele segura as fezes por dias. Teve uma época que chegava a 10 dias, e ele nunca caga voluntariamente. NUNCA. A coisa é assim, pensa em uma situação em que você precisa muito ir ao banheiro, mas não tem nenhum lugar próximo e você precisa segurar? É este o estado que ele fica, mesmo tendo a possibilidade de fazer o cocô. Como ele precisa cagar mas quer segurar a merda, ele faz de um tudo, como por exemplo, se recusar a andar nos momentos mais crpiticos da vontade de fazer cocô. Ele fica sentadinho, contraindo as nádegas para impedir o cocô de sair. Aí, nos dias extremos (aka as fezes estão na porta), ele come menos, pois comer aumenta movimentos peristálticos e ele já se ligou que ele sente mais vontade de fazer cocô com as refeições. Achamos que este talvez seja o motivo de ele estar perdendo peso, mas estamos só no campo dos achismos por aqui. Já rolou (muitas) consultas com pediatra, gastroenterologista, nutricionista e agora estamos aguardando a consulta com psicóloga e resultados de alguns exames que não sairam ainda. Meu filho, que ficava de boa nas consultas pois só ia em médico nos exames de rotina, agora fica ansioso só de ver a porta da clínica. 

Por hora, todas as teorias de problemas físicos não se mantiveram, então seguimos com a teoria de que é comportamental: em algum momento ele fez um cocô que doeu e passou a ficar com medo de cagar e por isso segura. Por muito tempo eu acreditei que esta era sim a causa mais provável, no entanto, não conseguimos lembrar da situação específica que possa ter originado isso. Tem mais, em 10 meses, mesmo quando não medicado, ele nunca teve um cocô duro. Faz meses que ele está sendo medicado. No momento, ele está a tomar uma dose cavalar, e mesmo com diarréia, eu tenho que segurá-lo de pernas abertas para que ele não consiga mais segurar o cocô. Quanto mais tempo segurando o cocô, maiores são as chances de ele ficar duro e aí mais difícil de sair, tendo que recorrer a supositórios e coisas do tipo. Então temos que escolher entre “forçar” meu filho a ficar no meu colo com as perninhas abertas ou enfiar algo no reto dele. Obviamente que deixar ele sentado no meu colo eu acho menos pior para ele, no entanto, como disse, ele quer segurar o cocô, então quando coloco ele sentado no meu colo, ele quer sair para sentar de uma forma que ele possa contrair as nádegas. Tudo isso é regado com lágrimas do meu pequeno e mais tarde, algumas minhas também. Aí quando ele não consegue mais segurar e o cocô começa a sair, ele fica super tranquilo e a gente bate “mor” papo. O que de certa forma contribui para a teoria de ser comportamental, pois o problema é antes do cocô sair, durante, ele não sente dor. O que me joga para duvidar da teoria de comportamental é que mesmo cocô que sai água pura, ele ainda faz força para o cocô sair. Muita mesmo, a ponto de ficar mega vermelho e suar do cabelo ficar molhado. Este fim de semana que passou, tivemos que induzí-lo a uma super diarréias. Para quem estiver familiarizado, foi um processo parecido com o de preparo para uma colonoscopia. :-(  Outro motivo para o meu questionamento é que ele está perdendo um bocado de peso, mas ele come muito bem no geral e ainda mama, não sei se com os dias que ele come menos dá para justificar o tanto de peso que ele está perdendo. Já descartamos um bocado de coisa e agora na lista está ficando só as coisas mais graves e exames mais perigosos, fora a possibilidade de ser apenas comportamental.  

Como disse, está phoda. Muito phoda. Obviamente que a vida não parou e joga merda para gente dos outros lados também e a gente não consegue parar para focar só neste problema dele: sogra foi diagnosticada com câncer de mama pela segunda vez; meu pai continua nas suas idas e vindas na UTI cardíaca; Trump é o presidente dos EUA; Dória e Bolsonaro focando no Brasil 2018... Está fácil não.

Verdade seja dita, a vida não está só com as coisas ruins não: marido está mega feliz no trabalho, acabamos de visitar a Disneyland com Pandinha e ele amou, estamos com saúde, inclusive a Lua; estou finalmente podendo aproveitar uma vida com tempo para viajar e sem ter que trabalhar fora de casa loucamente o tempo todo sem saber o que é fim de semana ou feriado; nossa casa nova está cada vez mais com jeito de lar e várias outras coisas boas. Então é isso, sim, poderia ser bem pior, o que não faz com que agora seja menos phoda :-). 

Sei que não parece nem um pouco com meus posts, mas este é post desabafo total e não pensado com cuidado para ser escrito. 

Comments

  1. Gen-te!

    Estou apavorada de dó do Pandinha, cheguei agora no seu blogue pela primeira vez e já muito solidária, tadinho?!

    Parece mesmo aquelas coisas que Freud explica, inclusive não tinha toda uma descrição das fases em que o cocô primeiro é motivo de apego e amor, depois só que vira vergonha?

    Muita força pra vocês!

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    1. Obrigada, Fulana! Está tortura mesmo, agora estamos no aguardo da consulta ocm o psicólogo.

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  2. Que situacao dificil, que nao seja nada serio e que seu baby fique bem.

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  3. Ô Aline. Que situação dificil! Sinta-se abraçada por mim. Fico feliz em saber que pelo menos as coisas em MN estão andando bem pra vcs. E se vierem pras Twin Cities, me avisa. Beijao

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