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Showing posts from 2018

Cagar ficou mais fácil

Eu tenho algumas regras que são ilógicas para o mundo, mas que eu tenho uma certa necessidade de seguir. Uma delas é que eu não publico até eu conseguir me atualizar sobre os blogs que sigo e conseguir deixar os devidos comentários que quero fazer. No entanto, os meses estão se acumulando e as coisas por aqui também. Não consigo sentar com a devida calma e inspiração para deixar os comentários, mas como preciava muito dividir a atualização de como andam as coisas por aqui com o Pandinha, resolvi quebrar minha regra. Depois do último post, muita coisa mudou, apesar de ter passado apenas dois meses. Voltamos do Brasil com a asma do Pandinha mega atacada e nada resolvia. Quando batemos 5 semanas sem conseguir controlar a asma, resolvemos ir no pediatra. Na consulta, eles checaram o peso do pequeno e apesar de ele não ter perdido mais peso, ele também não havia ganho nada. Com isso, ele caiu novamente na curvatura de crescimento dele. Lembram que até os 2 anos ele estava no 95 percent

Cagar não deveria ser tão complicado – parte 2

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E continuamos na nossa saga de Pandinha não conseguir fazer cocô. Vamos recapitular com detalhes: Em Dezembro de 2016, por motivos que até hoje desconhecemos, Pandinha parou de fazer cocô. Ele ficava dias sem evacuar (mais de 10) e só fazia com muito esforço e muito choro. Ele passou a não querer andar, não querer brincar, não querer comer. Alguns meses depois, ele teve a consulta de rotina dele com a pediatra e veio o sinal vermelho: ele estava perdendo peso. MUITO peso. A médica entrou com laxativo e passamos a monitorar o peso. O peso continuou a cair e nada de ele evacuar com facilidade. Pandinha era uma criança que estava na faixa de 95 percentil na curvatura de crescimento para peso. Para traduzir o que isso significa, se você o colocasse em uma fileira com 100 crianças típicas com a mesma idade dele, 95 das crianças teriam peso menor que o do Pandinha e apenas 5 crianças pesariam mais do que ele. Pois bem, de 95 percentil ele caiu para 30. Crianças não devem cair em sua

Possível segundo filho

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Quando eu dividi que havia sofrido um aborto, tenho certeza que muita gente ficou surpresa e curiosa sobre eu estar grávida. Acredito que a surpresa foi ainda maior para quem soube que não foi uma gravidez acidental, pelo contrário, foi uma gravidez bem “suada;” já que estamos lidando com infertilidade secundária e esta foi uma gravidez que conseguimos com a nossa segunda tentativa de inseminação artificial. Imagino a surpresa, pois após ter meu pandinha, eu sempre fui bem aberta sobre não querer ter outro filho. Eu dizia que era 98% de chance de eu não ter outro filho. Essa nem sempre foi minha realidade. Eu sempre quis ter mais de um filho. O plano sempre foram dois biológicos e um adotado. Antes de casar, marido e eu havíamos concordado com o tamanho da nossa família, mas aí fiquei grávida e tive um filho e tudo mudou. A minha primeira gravidez foi extremamente programada e desejada. Tive sorte por poder me programar e a “natureza” cooperar. No entanto, a cooperação da natu

Obrigada!

Primeiro de tudo, obrigada! Obrigada pelas mensagens aqui e no privado. Obrigada pelo carinho, pelo suporte, pelas orações e energias enviadas. Qualquer luto é complicado de abordar. É complicado para quem está dentro e para quem está fora. O que você fala para alguém que teve uma gravidez interrompida involuntariamente? O que a pessoa que sofreu o aborto pode falar? O aborto espontâneo, para mim, foi uma enxurrada de inadequação. Minha, simplesmente por não saber responder a cada sinto muito. Por não saber como me portar e nunca ter certeza que não fui grossa com ninguém que simplesmente queria me confortar.  É um momento de muita sensibilidade física (dor, sangramento, hormônios) e emocional e cada um processa este momento de uma forma diferente, apesar de todas as similaridades e as pessoas que estão a nossa volta também tem seu jeito único de processar e situação fica desconfortável para todos. O luto de um aborto espontâneo no primeiro trimestre, na minha percepção, é ain

Somos sempre números

E assim, em uma daquelas situações que você fica pensando em como a vida consegue ser irônica, entrei para a estatística que ninguém quer fazer parte: grávidas que sofrem aborto espontâneo no primeiro trismestre.  Pois é, dias antes do dias das Mães. Assim como foi com o Pandinha, não contamos a ninguém que eu estava grávida, estávamos esperando passar o primeiro trimestre. De acordo com o Colégio Americano de Obstetrícia e Ginecologia, 10-25% das gravidezes acabam em aborto espontâneo. A maior incidência de aborto espontâneo é no primeiro trimestre e comigo não foi diferente e este é o motivo que esperamos para contar sobre a gravidez na primeira vez e estávamos esperando desta vez também. Eu tenho diversas amigas que sofreram abortos espontâneo, além de ter trabalhado na área de Reprodução Assistida por mais de 10 anos, ou seja, minha exposição a abortos espontâneos sempre foi bem alta, mas obviamente que isso não faz a situação nem um pouco mais fácil para nós. Fazia al

Novidades nem tão novas

Então que eu voltei a trabalhar. A vida é um troço louco mesmo e no mesmo dia que eu publiquei este post aqui recebi um email com uma proposta de emprego. A coisa me pareceu interessante e marquei uma entrevista para a semana seguinte. Fazia já algum tempo que não participava de uma entrevista de emprego. Quando nos mudamos para cá, eu participei de umas entrevistas mas não estava me candidatando a nada, era apenas para networking, então foi diferente. Antes disso, minha última entrevista para emprego ocorreu em 2009, que foi quando me mudei para Michigan depois de quase dois anos em Ohio. Curiosamente, eu não estava nervosa para entrevista. Eu sempre fico um pouco ansiosa e penso que vou falar alguma coisa errada em inglês rsrs mas fora isso, fui tranquila. A entrevista ocorreu bem e na tarde seguinte recebi o email com a proposta de emprego. Estou em um mundo novo. Trabalho com pesquisa, mas em uma área nem um pouco relacionada com a Reprodução Assistida. Minha posi

Minha Desconstrução de Conceitos: Estereótipos de Gênero - Parte Final

Nos posts anteriores, eu falei um pouco do papel dos estereótipos de gênero na minha vida como menina/mulher, mas a maioria, eu foquei em dividir algumas informações que me ajudaram e ajudam na minha reflexão diária para desconstruir os estereótipos de gênero aqui em casa. Estas informações focaram mais sobre os efeitos dos estereótipos de gênero em meninos, isto porque queria chegar no ponto do impacto destes estereótipos na Aline mãe. Através do Instagram da @mymamasaidso (as blogueiras das antigas provavelmente conhecem a Helen do blog Esquilo Adaptado) eu cheguei neste excelente artigo de opinião que saiu na revista Times chamado “How to Raise a Sweet Son in an Era of Angry Men” por Faith Sailie. Em seu artigo, Faith faz um ponto importante sobre como as pessoas do sexo feminino estão conquistando sua voz e seu espaço e finalmente tendo o direito de demonstrar sua raiva. A autora faz questão de ressaltar uma importante diferença entre a raiva que as mulherem estão demonstr

Minha Desconstrução de Conceitos: Estereótipos de Gênero - Parte 4

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Como nos outros posts, começo com a afirmação de que estereótipos de gênero são problemático para todos os membros da nossa sociedade, independente do sexo. Vou repetir milhões de vezes: eles nos limitam. Esta ideia de que uma pessoa precisa se portar de forma x ou y baseado em sua genitália funcionam como amarras que impedem desenvolvimento individual e consequentemente o desenvolvimento da comunidade em que vivemos. O tempo todo escutamos sobre como não devemos nos importar com o que os outros pensam, sobre como devemos nos preocupar de como as coisas ocorrem dentro de casa e sim, são afirmações que tem o seu valor, mas como não vivemos em uma bolha, as pressões sociais nos afetam mesmo que inconscientemente e isto traz consequências individuais e para a sociedade em que vivemos. Uma outra indicação que faço para quem quer explorar mais o tema é o documentário "The Mask You Live in" da diretora Jennifer Siebel Newson e disponível no Netflix.  O documentário foca no

Minha Desconstrução de Conceitos : Estereótipos de Gênero - Parte 3

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Vou repetir em todos os posts que os estereótipos de gênero limitam e causam sérios problemas para todos os gêneros existentes. Há um bocado de pesquisas no tema e a conversa sobre gênero tem se tornado cada vez mais presente, no entanto, ainda existem muitas conversas que reforçam as crenças do que é ser feminino e masculino. “Homens são de Marte, Mulheres são de Vênus” do John Gray continua sendo um livro bastante popular, mas felizmente, existem muitos outros que a gente pode ler para ver as opiniões e as pesquisas realizadas no tema. Um livro excelente que lí sobre estereótipos de gênero é “Parenting Beyond Pink and Blue: How to Raise Your Kids Free of Gender Stereotypes” da Christia Spears Brown. O livro reúne em um único canto diversas pesquisas realizadas na área e é escrito de uma forma direta e simples para quem não é da área científica.  Outra parte importante que vale citar é que não estou dizendo que não existem diferenças entre os sexos biológico homem e mulher, apena

Minha Desconstrução de Conceitos: Estereótipos de Gênero - Parte 2

Como comentei no post anterior, eu cresci acreditando nos estereótipos de gênero, mas aos poucos fui e continuo revendo todas as minhas crenças e isto têm me possibilitado a refletir sobre muitas coisas. Interessante é apenas um dos muitos adjetivos que me veem à mente quando olho para o meu passado de forma reflexiva. Eu acho que seria muito difícil eu ter aberto minha mente para os estereótipos de gênero e sua problemática se meus pais não tivessem plantado uma sementinha lá no começo sobre não precisar se enquadrar nas expectsativas do que é ser uma menina. Meus pais me deram bastante liberdade de agir da forma que gostaria de agir sem me apegar em coisas de menino ou menina. Minha primeira bicicleta foi uma bicicleta usada que era feita para meninos, então ela tinha jeitão de moto e não a famosa bicicleta rosa com cesta e frufru. Lá em casa, jogos de tabuleiros sempre foram os brinquedos preferidos, o que não é exatamente algo de menino ou de menina. Eu passava a maior par

Minha Desconstrução de Conceitos: Estereótipos de Gênero

Tem taaaanta coisa que eu quero falar neste tema de estereótipos de gênero, que eu não tenho ideia de quantos posts vão surgir por aqui. Vou tentar organizar de uma forma que não fique muito confusa, mas como este é um tema com tantos assuntos que se interligam de uma forma bem complexa, não sei quão linear eu vou conseguir manter os os posts. À título de esclarecimento, o dicionário Michaelis define estereótipo como: 1 GRÁF Placa metálica sólida para impressão, em que os caracteres estão fixos ou estáveis, fundidos por meio de um molde de papier-mâché, gesso ou outro material; clichê, estéreo, matriz. 2 GRÁF Arte, método ou processo de produzir tais placas. 3 GRÁF Impressão efetuada com chapa de estereotipia. 4 FIG Aquilo que se amolda a um padrão fixo ou geral. 5 FIG Esse padrão formado de ideias preconcebidas, resultado da falta de conhecimento geral sobre determinado assunto. 6 FIG Imagem, ideia que categoriza alguém ou algo com base apenas em falsas generaliza